Divórcio sem traumas: como falar com as crianças?

O divórcio é uma situação crescente ao redor do mundo. No Brasil, nos últimos anos, batemos seguidamente os recordes de divórcio. Os dados de diversas pesquisas, inclusive, nem consideram o número de uniões desfeitas, que é muito maior e envolve separações de fato, dissoluções de união estável etc. 

Um levantamento do Colégio Notarial do Brasil registrou que tivemos, entre janeiro e junho de 2021, 37.083 divórcios. Em relação ao primeiro semestre do ano passado, é um aumento de 24%. Comparando números de 2019 e 2020, vimos um crescimento de 1,5%. 

Embora comum, é um acontecimento difícil, sem dúvidas. O desejo de muitos casais, especialmente aqueles que têm filhos, é ter um divórcio sem traumas. E como falar com as crianças sobre esse novo formato? Antes de mais nada, papais e mamães precisam encontrar um equilíbrio.



 

Antes de tudo, o casal deve equilibrar razão e emoção

Os adultos em processo de separação precisam ter em mente que, em uma situação delicada como essa, é preciso equilibrar razão e emoção. O fim do casamento é um luto não só para o casal, mas também para as crianças. Afinal, aquela rotina será desfeita em inúmeros aspectos. E, sem equilíbrio, a família inteira chega exausta ao final do processo.

Por isso, em um cenário ideal, os casais devem conseguir separar o papel conjugal do parental. Papais e mamães serão papais e mamães para sempre, ainda que não estejam mais juntos(as). Quando esse equilíbrio acontece, é possível ter um divórcio sem traumas, que preserva a segurança e a estabilidade das crianças.

Ou seja, o casal com filhos sabe que sempre se manterá conectado por meio deles e continuarão compondo uma família. A separação será, claro, uma mudança fundamental, mas não precisa ser traumática.

 

Depois disso, é fundamental explicar claramente às crianças o que está acontecendo

As crianças têm uma necessidade de nomear e significar o que vivem. Diante de um divórcio, o casal deve explicar claramente como será o novo formato da família. A vida de todos mudará, e os filhos precisam entender na prática como isso acontecerá.

Em um contexto de guarda compartilhada (cada genitor tem as mesmas responsabilidades e decisões sobre a vida das crianças), são inúmeras as definições. 

A moradia, por exemplo, é algo delicado, pois muitos pais e mães em conflito colocam “uma mochila nas costas” da criança, fazendo com que ela fique 3 dias na casa de um(a) e 4 dias na casa de outro(a). Porém, muitos especialistas entendem que é recomendado que a criança continue morando em apenas um lar. Isso é até recomendado, para que a criança não viva com a mochila nas costas”. 

Seja qual for o tópico, a conversa deve ser objetiva e simples. Explique que vocês não se gostam mais como namorados e que cada um(a) terá sua casa. E que as crianças podem visitar a outra casa sempre que desejarem. 

Considerando essa conversa, não se esqueça de considerar a idade dos pequenos para saber a melhor forma de agir e de conversar. Com base na capacidade de compreensão, veja algumas maneiras de proporcionar um divórcio sem traumas:

  • Até 2 anos: há forte vínculo com a figura materna. Apesar de não compreender bem o que está acontecendo, os bebês são muito vulneráveis às variações do ambiente. O divórcio pode causar tensão e irritação se ambos não estiverem presentes na rotina da criança. 

 

  • De 3 a 7 anos: a fase do egocentrismo infantil pode levar a criança a se culpar pelo rompimento. Tentem evitar que elas vejam a saída de um dos genitores com as malas, façam mudanças aos poucos, porque o medo do abandono é comum nesta fase. Envolvê-los na mudança, como a escolha dos móveis do novo quarto, pode ser legal, pois dá a impressão de continuidade emocional. Conversar bastante e com honestidade também ajuda!

 

  • De 7 a 10 anos: com maior autonomia e independência, são crianças que compreendem melhor a situação. É importante ficar atento às fragilidades, porque elas podem somatizar os sentimentos. Por isso, o casal deve reconstruir a segurança e a autoestima da criança com bastante conversa e ambiente favorável. 

 

Não se esqueça do principal: vocês sempre serão uma família

Uma família era tradicionalmente conhecida como um casal de homem e mulher, unidos pelo matrimônio, com os respectivos filhos. As mudanças culturais e sociais nos trouxe novos conceitos, e atualmente temos outros tipos de família. 

Além da família tradicional ou nuclear (pai, mãe e filhos vivendo juntos), temos, de acordo com a “Cartilha do Divórcio para os Pais”, do CNJ:

  • Binuclear: dois lares formados após o divórcio de pessoas que tiveram filhos. 
  • Recomposta (reconstituída): pai ou mãe se casam com outra pessoa. 
  • Alargada (ampliada): outros parentes vivem com a família nuclear.
  • Homoparental: os dois ascendentes são do mesmo sexo.
  • Monoparental: filhos vivem somente com um dos pais. 

 

Perceba que a família binuclear não deixa de ser uma família. Há somente uma divisão após o divórcio, e papais e mamães continuam responsáveis pelos filhos. Deixar isso claro para as crianças é importante, pois mesmo diante das mudanças elas se sentem mais seguras. Em outras palavras, podem entender que suas necessidades afetivas, físicas, espirituais e econômicas continuarão sendo atendidas. 

Em um divórcio sem traumas envolvendo crianças, o casal “trabalha” em prol de um único objetivo: vê-las crescendo saudáveis e felizes!

E se vale deixar uma dica final para falar com as crianças sobre a separação, o livro “Lá e Aqui”, de Carolina Moreyra e Odilon Moraes, publicado pela editora Pequena Zahar, é uma ótima opção. Ele trata do divórcio sem traumas, de maneira muito delicada e com respeito às fragilidades do processo!

 

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